sábado, 22 de maio de 2010

TMG: Um Concerto e uma Récita

O TMG apresentou na última semana (15 e 21 de Maio) dois espectáculos de características completamente diferentes a que assisti e faço alguns comentários.

1 – Deolinda, Concerto ao lado
Conhecia os Deolinda da Rádio e do CD e criei algumas expectativas em relação a eles.
A sala estava esgotada com muitos fãs, alguns quase em delírio.
Para mim foi ma grande decepção, duas violas estridentes, uma cantora aos berros a comer quase todas as palavras e uma encenação engraçadinha da Ana Bacalhau, fizeram os espectáculo. Não sai antes do fim porque não houve intervalo mas aproveitei o “encore” para sair, porque não mereciam e porque já me doíam os ouvidos.

2 – Rigoleto de Verdi pela Companhia Estúdio Lírico de Madrid
Foi um muito bom espectáculo, boas vozes e bons músicos a que assistiram cerca de trezentas pessoas, não gostei muito da encenação, cenários e guarda-roupa, so século XIX, gostava de ter visto mais século XX e esperava isso pela fotografia do cartaz anunciante e pelo nome da companhia, mas valeu a pena com o público informal e roupa informal.

Em relação à pouca participação do público gostaria de colocar algumas questões:
Porque razão as récitas de ópera no TMG tinham lotação esgotada?
O público da região fartou-se de Verdi em particular e da ópera em geral?
Será a crise e não há dinheiro? Sempre ouvi dizer que a ópera em Portugal era para melómanos e para gente da “Alta” que não está em crise.
É da estação do ano que não permite o uso das peles e dos fatos de gala?
Já toda a gente se viu e foi visto na ópera e já não é preciso mais?
Ainda será “chic” ir à ópera?
Responsa se alguém souber, porque a verdade é que a ópera já não esgota o TMG.

Nota 1: Para quando Richard Wagner, será possível?
Nota 2: O espectáculo dos Cossacos de Don era muito caro e esgotou

5 comentários:

  1. Também estive e também comentei a ligação da ópera à moda. Deixo o comentários que fiz: "Talvez o TMG deva colocar nos convites: obrigatório o uso de fato escuro. Pode ser que apareçam os apreciadores de moda que mesmo não gostando de ópera possam ter a oportunidade de vir a gostar". Claro que é irónico, mas gostava de ter visto ontem outros para além dos assiduos, não só pela sala cheia, mas porque as pessoas perderam uma grande oportunidade. Paciência.
    Espero que a Guarda não perca a oportunidade de ouvir Meredith Monk.

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  2. Porque os “culturmesais” da Guarda enviesam pela cultura de camião. Sendo que uma boa parte dos “culturamentais” da Guarda querem aparecer. Fingir que sabem, fingir que conhecem, fingir que têm poder, fingir que têm saber…justificar as parcas habilitações académicas ou as fartas habilitações “canudais” compradas com o suor do trabalho dos outros. Uma sociedade societária capaz de relego e de afugentar a sapiência e o infortúnio da meritocracia cultural é o que estamos a construir. Fazer bem sem olhar a quem. Melhor, fazer bem sem olhar a quem vem (vem ver). O resto não interessa. Os parolos andam por aí. O importante é a disponibilidade de cultura. Quem quer come, quem não quer não come. Democracia cultural o importante é a disponibilidade de produto cultural. Mesmo os que vêm fazer número, os fingidores, são bem-vindos.

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  3. Se llhe pediram para dizer que estavam 300 na ópera, é porque estavam 150.
    A pergunta deve ser:
    Porque razão os Deolinda, tão maus como diz (ou como lhe pediram para dizer) tiveram sala à pinha e entusiamo e a ópera não?
    Alguém sabe dar a resposta?

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  4. Caro anónimo das 17h33 eu respondo:
    1 - Não sou pau mandado como deve ser o senhor, porque alguém lhe encomendou o sermão.
    2 - Se quiser saber o número exacto de pessoas que estiveram presentes, dirija-se ao TMG que lhe responderão de certeza.
    3- Eu não disse que os Deolinda eram maus disse que não gostei do concerto e que Ana Bacalhau nesse concerto berrou mais do que cantou.
    4 - E para terminar, não pense que por o senhor ser lacaio, todos os outros terão que o ser.

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  5. Os Deolinda dão muito melhores espectáculos que muita da elite erudita que por aí anda. Daí terem salas cheias. Eu estive lá e gostei muito do concerto. A voz não me irritou nem achei as guitarras estridentes. No fim do concerto até fiquei para pedir uns autógrafos (eu que nunca pedi coisas dessas)... mas gostos são gostos...

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